quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Aproxima-se o fim, e quanto mais ele sorri para mim, mais rápido corro para a porta de saída. O Sol raiou feliz nos últimos dias, ele ignorou tantos passados, vislumbrou tantos futuros. E o que será o fruto da árvore caída. Morta tornou-se adubo, esconderijo virou esqueleto, e agora, ou nos jogamos na correnteza ou nos juntamos aos restos.
Foi numa hora dessas que surgiu aquele campo de rosas multicoloridas, eu poderia ter escolhido uma ou duas para minha casa, preferi ficar com todas, no meu olhar, e só meu. Larguei elas lá e pude contar por gerações. Corri de braços abertos, senti alguns espinhos nas canelas, deitei e pude ver a lua surgir, as estrelas, as nuvens andando suaves. Pude ouvir os últimos pássaros se refugiarem, e quando as cavalgadas ficaram mais fortes, eu já não estava mais lá. A joaninha solitária voou e quando ele chegou, o silêncio esperava. Aquela corrida no contra fluxo, e antes que qualquer um visse, era rainha de paus.

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