quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A vida em caixinhas

Guardamos coisas em pequenas caixinhas todos os dias. Algumas delas são boas, outras não. Algumas representam dor, outras não. Algumas caixinhas ficam abarrotadas, outras não. Algumas caixinhas ficam escancaradas, outras bem vedadas, há ainda aquelas que se abrem facilmente.

De tempos em tempos abrimos essas caixinhas e fazemos limpezas. Tem dias em que elas nos fazem companhia, em outros a solidão é infinita. Há momentos em que sentamos e o infinito toma conta de nós, então as caixinhas entram em colapso e parece que não conseguiremos nunca mais organizar coias alguma.

Tem dias em que tudo o que queremos é um abraço apertado, em outros dias nem bem grudados em alguém deixamos de nos sentir totalmente sozinhos. De repente temos a percepção de que de fato é assim, estamos sempre só, não há quem possa ajudar e precisamos cuidar das nossas vidas. Em outros dias, alguém pergunta se está tudo bem e nos sentimos mais acolhidos do que com milhares de abraços.

A vida é assim, cheia de caixinhas e de momentos. Ora vivemos como em um brinquedo de parque de diversão. Mas em outro momento vivemos como a bera de um lago em dia de verão.