terça-feira, 14 de junho de 2011

Peripécias de uma lagartixa escorregadia

Desliza por entre os dedos do tempo, antes que seja hora de parar já está entre cordas e rebentos. Constante deixar de ser sonha acordada e dorme no vazio. Escreve suas linhas sempre tortas e esquece a próxima palavra sempre antes de terminar. Rodopia em dias de chuva e troca suas galochas por sapatos quentes. Esqueceu já do trajeto que leva sempre para qualquer lugar e encontra seu próprio rumo entre linhas mal compostas. Sujou sua veste com a sobremesa sensabor. Sujou-se toda e com o passar do tempo viu que gostava dos vestígios de geléia que marcavam seu ritmo em intervalos irregulares. Ganhou um gato, guardou em uma gaiola e para ele uma nova cesta de vime. Com o passar dos anos perdeu o guizo, mas não o riso. Sempre contou vantagem, antes dos trinta já era famosa. O que antes era favor passou a ser moeda de troca. Por uns trocados lê sua sorte, por pura bondade conta, escuta, pesponto.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Reiventar as histórias da Carochinha

Sento aqui por fim depois de muito tempo em silêncio mas não calada.

Há coisas que ficam no vai e vem de uma correnteza que nem sempre vemos e frequentemente esquecemos. Existe coisas que ressurgem na calada da noite e sobrevivem no silêncio entre uma batida e outra.

Mas nós esquecemos, repentinamente não lembramos mais o que bloqueava este avançar tranquilo. E como o medo nos ataca sem prévio aviso e nós ficamos nos estapiando nessa batalha muda, você nem desconfia.

Roubamos um fio de luz e penduramos em cima da cama. Quando acordamos ficamos imaginando que é um caminho de estrelas. Nossos livros na estante, nossos filmes juntando poeira. Festa difusa que se esparrama e recolhemos.

Corre corre, para e sobe, some e ressurge, repete mas nunca é igual. Inventamos uma nova história, um personagem a menos, vários novos.