quarta-feira, 27 de outubro de 2010

E o dia então acordou devagar, roupas no sol, quis ganhar a aposta. Estava tão indisposta, correu na direção oposta. Escondeu para não ver, lado de trás do espelho. Espelhada em si mesma, cansou de rever seus atos. Protagonista da sua própria história, por instantes, pareceu coadjuvante. Rasgou o véu que cobria sua face, por instantes ficou cega. Secou as poças com o olhar, riu com as folhas a farfalhar. Berrou que não é mais quem foi, descobriu estar muda. Muda cresceu, tornou-se planta adulta. Não sabe ser o que se tornou, quis ser o que ainda não sabe. Caiu em um ninho de cobras, morreu de desastre ainda na infância.

Um comentário:

  1. Não há dúvidas, vc tem um contato direto com o universo...
    bGIn, te amo!

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