Quem é você? perguntou repetidas vezes. Deixou todas as suas
perguntas espalhadas pelo chão, até que voltasse mais tarde e após devida
análise pudesse catalogá-las e guardar corretamente em caixas apropriadas por
ordem de importância fosse resolvendo com o tempo. Assim foi por vários dias
levando suas perguntas espalhadas e pulando por cada uma para entrar e sair. O
tempo passou e as perguntas foram corretamente organizadas, mas depois de muito
tempo mesmo, depois de terem sido guardadas e retiradas numerosas vezes para a
correta higienização do espaço. Mas depois disso tudo a bagunça não havia
findado, pois então veio a hora das respostas, e caixa por caixa foi sendo
aberta e enquanto procurava pelas respostas adequadas novamente as perguntas se
espalhavam por todo o ambiente. Mas isso não era tudo, pois assim um quarto
bastaria, as perguntas foram aumentando e se multiplicando, pois cada uma
gerava tantas outras e o próprio mundo lhe proporcionava muitas indagações a
mais.
Assim as perguntas foram se espalhando, fugiram de casa e se
espalharam pelo mundo. Ela foi perguntando e respondendo, algumas perguntas
guardadas já perderam sua validade mesmo antes que pudesse chegar a elas, e
então era preciso também reorganizar os arquivos já existentes. Algumas
perguntas eram apenas respostas para outras perguntas e não precisavam ser
necessariamente respondidas, mas outras ela gostaria que fossem, e assim sendo
iam para a gaveta de perguntas ou respostas? Então a bagunça foi aumentando e
diminuindo, sem nunca deixar de ser uma bagunça, mas também sem deixar de ser
uma organização em si. Isso é claro com exceção de alguns momentos quando a
bagunça virava bagunça, então era preciso parar um pouco, reorganizar a bagunça
para poder continuar vivendo dela.
Por fim descobriu que o segredo era não tentar resolver
todas as questões, mas apenas aquelas que desejavam ser respondidas. Assim aos
poucos foi criando novas perguntas e respostas, e com essas foi construindo uma
estrada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário