terça-feira, 14 de junho de 2011

Peripécias de uma lagartixa escorregadia

Desliza por entre os dedos do tempo, antes que seja hora de parar já está entre cordas e rebentos. Constante deixar de ser sonha acordada e dorme no vazio. Escreve suas linhas sempre tortas e esquece a próxima palavra sempre antes de terminar. Rodopia em dias de chuva e troca suas galochas por sapatos quentes. Esqueceu já do trajeto que leva sempre para qualquer lugar e encontra seu próprio rumo entre linhas mal compostas. Sujou sua veste com a sobremesa sensabor. Sujou-se toda e com o passar do tempo viu que gostava dos vestígios de geléia que marcavam seu ritmo em intervalos irregulares. Ganhou um gato, guardou em uma gaiola e para ele uma nova cesta de vime. Com o passar dos anos perdeu o guizo, mas não o riso. Sempre contou vantagem, antes dos trinta já era famosa. O que antes era favor passou a ser moeda de troca. Por uns trocados lê sua sorte, por pura bondade conta, escuta, pesponto.

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