segunda-feira, 4 de julho de 2011

Para tirar o mofo

Antes que esqueça de voltar a praticar, antes que eu esqueça como faz para patinar. O gelo cai sobre nossas cabeças, mas o sol raiou. Estamos descongelando lentamente, e a cada dia pisamos mais firme. Enfim pudemos deixar aquela borboleta sair voando do casulo que há muito insistia em permanecer fechado. Hoje o dia raiou para secar a chuva que se prolongou. Hoje saímos às ruas e tiramos o mofo que liberava o cheiro estranho. A mulher andou pelo corredor procurando de onde vinha o cheiro ruim, cheirou nossa porta, apoiou suas mãos sobre ela e aproximou o rosto enquanto fungava. Permanecemos em silêncio e ao amanhecer não sabíamos quem era ela. As marteladas do vizinho do andar de cima, mas moramos na cobertura. Dormimos de qualquer forma, porque as cortinas não deixaram que descobríssemos que horas são.

O segredo é acordar sempre que temos vontade e dormir sempre que sentimos sono. Mas não pular a janela sem antes verificar se alguém estende a mão atrás da porta. Noite de chuva, dia de sol. E nem sempre foi assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário