domingo, 6 de fevereiro de 2011

Um texto vindo do futuro

Tive que reescrever. Perdão. Espero que esteja a sua altura, espero que compense e não faça com que você se arrependa dos elogios. Cólera, enchi um saco de areia para aliviar. Cantarolei aquela antiga canção que nos fazia rir pensando nas coisas que desejamos e ainda não temos. Cantarolei mais alto e com mais força para ver se ela nos trazia de volta, voltas foi o que senti, as paredes do pequeno aposento girando ao meu redor, não voltamos. Bati palmas vigorosamente, compus com meus próprios intervalos, senti a agitação gostosa, a energia se reorganizando. Minhas mãos irritadas, dedilhei no ar. Gira, gira gira gira gira Ponto Recomeço, cantarolei nossa canção, sentada a um canto abraço minhas próprias pernas, suas próprias pernas. Nossas costas se apoiam e olhamos em direções opostas. Saímos de algo distinto, cruzamos caminhos e chegamos a reinos distantes. Mande um telegrama contando do seu sucesso, mandarei um também, lembrarei de mandar flores no seu aniversário, poucos chocolates, sei que não quer engordar. Começamos a visitar nossos restaurantes preferidos, sempre bebemos um gole de água no final. Este pequeno aposento ficou árido sem você, mas parece que hoje descobri uma janela.

3 comentários: