sexta-feira, 29 de julho de 2011

Nem toda ovelha é negra

Toda ovelha é ovelha não importa sua cor. E toda cor é cor de cor ou não. Guardo os tubinhos de tinta para não precisar lembrar o nome delas. Subo montanhas carregando sua lã em um saco de feltro, quando chego ao topo espalho ao vento seus fiapos multicoloridos. Deito e volto rolando, enquanto giro planejo o jantar. Farei sopa para que você se esquente quando voltar do trabalho, os legumes se agitam na panela fumegante e a cozinha se enche dessa fumaça densa, esparsa. Os lençóis se agitam contentes no varal, e as nuvens de chuva chegam de mansinho para não me despertar. Na feira compro utensílios tão diversos sem saber ao certo para o que servirão. Carrego minha cesta sem pedir ajuda, vou cantando ao vento. Assobio aquela melodia que fez para mim. Antes que escureça por completo juntamos nossos trapos, eu carrego os ases você as espadas. Um coringa surge no meio do caminho e estamos salvos até a próxima rodada. Rodamos entre estes mundos de cores vibrantes, nos deparamos com paredes estranhas, subimos morros verdejantes, fulminantes, esquecidos, cinzentos e ametistas. Seguramos uma corda solta e ancoramos no meio do espaço.

Hoje acordei ainda pensando ser um sonho, mas quando vi estávamos atrasados para o trabalho.

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