domingo, 29 de janeiro de 2012

17/12/2011

Quando o primeiro grito leproso saiu de dentro do peito dele eu já sabia que era noite. Anoitecia dentro dele sempre lentamente e suas botas enlameadas entravam em casa e depositavam cuidadosamente o chapéu na antiga chapeleira de madeira. Geralmente espalhava seus pingos por aquele corpo semi absorto em penumbra. O tapete se resignava recebendo o úmido de fora e guardava a pegada indiferente até que alguém pudesse dar-lhe um nome. 

Pouco se dizia durante as noite chuvosas, os pingos eram grossos e barulhentos, o telhado contava pequenas histórias de ninar.

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