domingo, 27 de junho de 2010

Três meses atrás, algo me acordou no meio da madrugada, era eu ligando para mim mesma, dia 29/3 - 2:43:

Acordo, meio da noite, banheiro. Cabeça tonta. As poesias formuladas nos sonhos, todas, rodando dentro dela. Ele me olha de longe, no olhar a cumplicidade de quem conversou por horas. Colega de muitas poesias. Ela me vê, assusta, não reconhece. Ainda me confundo com a poeira do velho relacionamento. Ela vê, assusta, a poeira ainda se confunde com meus cabelos. Apoio no braço, assusto. A poeira ainda engrossa meus cabelos, sinto ásperos. Limpa, vassoura, trabalho. Um emaranhado de poeira no chão. Linda imagem, que poesia. Linda imagem, que fotografia. Pegam a pá, antes que eu pegue a máquina. Conversa longa, vida convertida em poesia. Conversa longa, prosa. Levanto, bato a poeira. Corro, me fogem as criações noturnas. Barriga ronca, relógio tic-tac, geladeira. Esse é o silêncio da noite. Luz amarela, fraca. Carro ao longe, raro. Caneta riscando o papel, faz "tac" quando pontua. Seu riscar dita o ritmo. Embala os sonos. Bala somos. Balsomos, bálsamos. Em bálsamos. Embalamos. Os sons somos.

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