sábado, 8 de outubro de 2011

E eles se vão

Todo ano recomeça e os  pedidos se repetem. Hoje pedi para deixar nossos passados. Todos nós erramos. Hoje não era um bom dia para brigar ou fazer bolo de chocolate e ainda assim fizemos. O que vale é a intenção? De qualquer forma não tive fome. Devia ter ido ver você e passar o dia olhando o sol. Roupas soltas, corpos estendidos pelo chão. Colhemos nossos frutos. As paixões são tão vagas e ainda assim seguimos atrás delas com intensa dedicação, tem horas que pensamos nem ser tão capacitados assim, mas uma hora ou outra alguém nos lembra de continuar tentando. Hoje não tive fome e não comprei um caderno novo. Agora o dia já muda para alguns e eu continuo sem fome e sem caderno.

As melhores soluções costumam estar sob nosso nariz. Hoje acordamos e o dia estava fresco, esquentou e refrescou. Quase nunca chove. Teve épocas que chovi muito, hoje geralmente tem alguém para segurar quando escorro. Somos bestas. Sempre somos melhores do que alguém, muitas vezes somos melhores do que todos, e geralmente não somos bons o suficiente. E ainda assim continuamos lutando por aquele troféu inexistente. Hoje tento voltar ao ponto zero. Peço por ajuda, meu desejo não é esquecer, mas compreender. Compreender os outros é tarefa vã, tento compreender-me e aceitar minha própria ira. E desta forma colocá-la no lugar adequado para que seja eu quem comanda. Para que eu não sucumba aos fantasmas e possa ir adiante sem guardar listas negras.

Hoje eu acordei e ainda era ontem. Não tive fome e desejei perdoar. Rezei para que assim fosse. Gostaria de ser mais forte, mas aceitar é o meu fraco. Não comprei um caderno novo, mas posso terminar de construir o meu. Hoje eu crio mais um começo. Agora eu me sinto grata.

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